passos para uma

prática diaconal responsável

Como organização diaconal, o nosso trabalho tem um foco específico: as necessidades das pessoas.

Um serviço diaconal responsável terá que trabalhar com objetivos a curto e longo prazo.

Uma conhecida parábola contada por Jesus de Nazaré – “A parábola do bom samaritano” – ilustra claramente esse aspecto aos descrever os diferentes passos de sua ação. O primeiro passo consistiu em “aproximar-se” do homem gravemente ferido no caminho. Com esse passo se expressam solidariedade e a superação do medo e da apatia em relação ao sofrimento alheio. “Aproximar-se” também é necessário para ver melhor o que aconteceu e o que pode ser feito pelo ser humano que está caído.

 

O segundo passo concentra-se em responder à necessidade imediata do sofrimento usando os recursos existentes – na história contada: ataduras, óleo e vinho – para iniciar o processo de cura. O terceiro passo tem a ver com a reabilitação e a volta à vida normal, com providências para ajuda continuada, se necessário.

Num debate em um pequeno grupo sobre esse texto, alguém perguntou: “Para onde foi o samaritano depois de ter deixado a vítima na pensão?” Foi sugerida uma resposta interessante: “Ele foi no gabinete das autoridades responsáveis pela segurança pública e fez um relato da situação, exigindo providências contra a violência e para a proteção das vítimas”. Isso, naturalmente, é pura imaginação, mas leva para mais outro passo, o da incidência política, que manifesta a estreita relação entre compaixão e justiça, e a necessidade de manter unidos os diferentes objetivos na ação diaconal.

Assim, portanto, mesmo quando o trabalho diaconal assume a forma de ação emergencial para aliviar um sofrimento humano imediato – o que deverá sempre ser prioritário -, é preciso prestar a devida atenção ao contexto mais amplo do sofrimento e às suas causas fundamentais.

Bebeto Araújo

Representante da Missão Aliança – Brasil